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sábado, abril 29, 2006

AMADEO DE SOUSA-CARDOSO



Precursor da arte moderna, morto prematuramente aos 31 anos de idade, Amadeo de Souza-Cardozo não teve oportunidade de ver seu trabalho reconhecido: seguiu a mesma trilha dos vanguardeiros de todos os tempos e de todas atividades, administrando a incompreensão alheia. A humanidade custa a aceitar novos processos ou idéias diferenciadas e assim, para os precursores, a apreciação objetiva e o coroamento de seus esforços se dá, ou no final da vida, ou somente após sua morte.
Nascido em 1887 e falecido em 1918, as primeiras experiências de Souza-Cardozo se deram no desenho, especialmente como caricaturista. Aos 19 anos, mudou-se para Paris, tomando contato primeiro com o Impressionismo e depois com o Expressionismo e o Cubismo.
Valeu-lhe muito sua aproximação com Amadeu Modigliani, de quem se tornou um grande amigo, compartilhando com ele um ateliê e até realizando exposições juntos, em 1911.
Preso ainda ao traço, em 1912 publicou um álbum com 20 desenhos e em seguida, «com paciência de beneditino» copiou o conto de Flaubert La légende de Saint Julien l’Hospitalier, trabalhos ignorados pelo apreciadores de arte. Este último trabalho, depois de ficar por muitos anos nas mãos do editor, acabou sendo adquirido pela própria viúva do pintor, para evitar que fosse destruído.
Depois de participar de uma exposição nos Estados Unidos, em 1913, voltou a Portugal, onde teve a ousadia de realizar duas exposições, respectivamente em Porto e em Lisboa, causando entre seus patrícios, o mesmo escândalo que seria provocado no Brasil, anos mais tarde, por Anita Malfatti: suas obras foram criticadas, ridicularizadas e, em momentos, houve até confronto físico entre críticos e defensores da arte moderna.
Com o término da Primeira Guerra Mundial, em 1918, surgiria a grande oportunidade de desenvolver e encontrar reconhecimento de sua obra, mas Souza-Cardoso não teve tempo para esperar. Morreu nesse mesmo ano e muito tempo se passou até que as opiniões fossem revistas e seu nome ocupasse o devido lugar na história da pintura portuguesa.
Em 1925, a França realizou uma retrospectiva do pintor, com 150 trabalhos, bem aceitos pelo público e pela crítica. Dez anos depois, em Portugal, foi criado um prêmio para distinguir pintores modernistas, que recebeu o nome de «Prêmio Souza-Cardoso». Em 1953, a Biblioteca-Museu de Amarante, sua cidade natal, deu a uma de suas salas o nome do pintor. Em 1958, a Casa de Portugal, em Paris, realizou uma exposição de suas obras.
Lentamente, à medida em que os preconceitos com relação ao modernismo foram sendo afastados, o nome de Souza-Cardoso ganhou a devida importância em Portugal. Ninguém é culpado. Ele era um visionário, vivia fora de seu tempo, tal como outros tantos, pagou um alto preço por isso.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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4:12 da manhã, junho 10, 2006  
Anonymous Anónimo said...

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2:41 da tarde, julho 21, 2006  

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